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Importância do reconhecimento e dignificação do papel dos Cuidadores nas sociedades envelhecidas
A “revolução demográfica”, com o aumento da longevidade dos cidadãos e o aumento da dependência nos escalões etários mais elevados, constitui um enorme desafio às sociedades modernas. Os cidadãos preocupam-se cada vez mais com o seu futuro (e dos seus familiares e próximos), pois o envelhecimento acarreta mais doenças e em consequência mais dependências, que obrigam à intervenção de um Cuidador familiar, que se irá defrontar com uma nova realidade para a qual normalmente não está preparada ( ajudar a viver as pessoas cuidadas da forma adequada) e muitas vezes com problemas de compatibilidade com a respetiva atividade profissional, vida pessoal e familiar, com consequências diretas sobre a respetiva situação emocional, física e financeira.
As autarquias e governos multiplicam-se em iniciativas para promover o bem estar e qualidade de vida das suas comunidades, também com a consciência e a preocupação de reduzir os efeitos do envelhecimento e dependência sobre os orçamentos da Saúde e Sociais.
A par com as famílias, as organizações da saúde e sociais são naturalmente as primeiras a confrontarem-se com os efeitos da “revolução demográfica”, devendo sentir-se incitadas a adaptar a sua forma de funcionamento a um novo tipo de cliente, mais velho, mais doente, mais dependente.
E é neste contexto que surge a importância quer duma eficiente articulação entre as organizações da saúde e do apoio social, quer no reforço das organizações de saúde e de apoio social na relação com o Cuidador. É fundamental o reconhecimento da importância do papel do Cuidador, transformando-o num aliado informado e esclarecido, parceiro no quotidiano às pessoas por si cuidadas, assegurando a promoção e inclusão dos cidadãos nas suas casas e comunidades, com qualidade de vida, bem cuidados, com a independência e autonomia possíveis, evitando institucionalizações e hospitalizações desnecessárias.
Em Portugal, a situação é particularmente importante pois:
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Portugal é o quarto país mais envelhecido da Europa ( Itália em primeiro lugar, seguido da Grécia e da Alemanha), com um peso dos maiores de 65 anos na população total de 20,5% a comparar com uma taxa média de 19,0% dos 28 países da União Europeia .
PORDATA “Retrato de Portugal na Europa Edição de 2017” www.pordata.pt ,
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Portugal ocupa o último lugar no índice s de fecundidade (nº médio de filhos por mulher), com 1,31 (a comparar com a taxa média de 1,58 dos 28 países da União Europeia).A probabilidade de Portugal passar rapidamente a subir no ranking dos países mais envelhecidos do mundo é assim muito grande.
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No estudo “Acesso, qualidade e concorrência nos cuidados continuados e paliativos em Portugal,” realizado pela ERS (Entidade Reguladora da Saúde),e divulgado em 2016, Portugal possui a maior taxa da Europa de cuidados domiciliários informais prestados por um residente na mesma habitação (12,4%) e a menor taxa da Europa de prestação de cuidados não domiciliários (10,8%).
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Estima-se que o número estimado de Cuidadores familiares (informais) em Portugal ronde as 800.000 pessoas.
Com este enquadramento, torna-se imprescindível reconhecer e dignificar em Portugal a importância do papel do Cuidador, munindo-o das competências base de quem cuida, e fomentando iniciativas de apoio efetivo ao Cuidador Familiar (informal), que lhes permita prosseguir com dignidade e eficiência o difícil papel de ajudar outros a viver.
Na Advita acreditamos e trabalhamos para munir o Cuidador das competências básicas, para desenvolver a função de Cuidar dos mais idosos, doentes e dependentes. Apostamos no trabalho em rede, de forma a fazer chegar informação útil e digital a um número de cidadãos, tão alargado quanto possível. Temos consciência que todos nós poderemos um dia ser Cuidadores, função para a qual normalmente não se está preparado sendo reconfortante saber que existem recursos de apoio facilmente acessíveis.